No dia de hoje muitos pensamentos surgiram, as ideias pulularam, minha cabeça foi tomada por inspirações que vieram a partir das discussões e encontro que tivemos. Como meu espaço aqui é limitado, opto por apontar para algumas tantas delas, sem buscar desenvolvê-las – coisa que fica para uma próxima ocasião, certamente.
CATEGORIAS
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Pedagogia da arte contemporânea: metodologias (e seus respectivos métodos) para “ensinar” o que é a arte contemporânea ou dar pistas para que se faça arte contemporânea.
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Pedagogia contemporânea da arte: metodologias (e seus respectivos métodos) para ensinar, de modo consonante com o pensamento que se desenvolveu até os dias de hoje sobre educação, a arte de qualquer tempo.
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Arte contemporânea como pedagogia: quando as obras de arte têm potencial pedagógico, isto é, são ou acabam sendo veículos para o “ensino” de alguma coisa, mas sem que transpareça a intenção do artista de ser “pedagógico”.
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(Se houver) Uma arte que se pretende pedagógica.
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Uma pedagogia que se pretende artística.
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Obras de arte que tematizem a relação arte e educação, tensionando os campos.
FORMA-PROCESSO: alguém diz que o trabalho em coletivos é uma questão de moda, mas que trata-se de uma moda muito boa. Propõe que essa onda inicia-se a partir do questionamento da noção de autoria. Outro alguém contesta, dizendo que não acredita que seja o questionamento da noção de autoria que motivou esse boom, visto que o coletivo é uma nova forma de autoria, especialmente por que os coletivos se tornam marcas e se vendem como marcas.
PÚBLICOS E PÚBLICOS: alguém disse que temos que assumir que a arte é um campo de conhecimento específico, logo temos que deixar de lado o medo de assumir que grande parte de sua produção interesse apenas aos artistas, assim como apenas físicos quânticos vão a congressos de física quântica. A física quântica – continua o dizente – têm grande impacto social, mas nós sequer temos clareza dele e geralmente não nos perguntamos como isso acontece.
Minha colocação sobre a questão: há diferentes tons do conhecimento que a arte possibilita. Assim como há a física que aprendemos no colégio, a física que usamos na cozinha sem sabe-lo, a física das revistas de divulgação científica e a física dos laboratórios e congressos, o mesmo vale para a arte: há uma abordagem específica para entrarmos em contato com a arte nas escolas, há os desenvolvimentos referentes à visualidade proporcionados pela pesquisa artística que afetam o nosso dia e sequer o sabemos, há a arte das revistas populares de arte, há a arte das exposições mais herméticas e assim por diante. Todas compõem o que é o campo da arte, e todas me parecem que precisam existir para existirem as demais.
REFLEXÃO: apesar de estarmos aqui para dedicarmo-nos a pensar a relação pedagogia e arte, e por mais que entendamos que a arte deve estar acessível a todos os públicos, é preciso mantermo-nos atentos para não qualificar ou desqualificar obras de arte pela sua qualidade pedagógica. Pode existir boa arte que não seja acessível a todos os públicos, assim como podem existir boas ações de promoção da arte que não têm essa qualidade. Pelo contrário, aproximamo-nos do risco de advogarmos pela utilidade da arte, assim como o fizeram os governos comunistas e socialistas, resultando em um tipo de produção com pouca possibilidade de variar, de evoluir e, principalmente, portador de um discurso afirmativo e muitas vezes paternalista.
CITAÇÃO: “A arte é um direito que se conquista por curiosidade” – J.S.T.
Eu, a partir da citação: cabe aos arte-educadores fornecer condições para que essa curiosidade apareça, possibilitar ao sujeito que reconheça sua demanda pelo contato com a arte (caso ela exista). Sendo que reconhecemos a inverdade da meritocracia na vida social, ou seja, entendendo que não podemos esperar que uma pessoa nascida em família pobre, criada em más condições de alimentação e saúde, possa “fazer-se por si mesma”, do mesmo modo não podemos esperar que uma pessoa que amadurece sem nenhum contato com a arte vá compreendê-la e desejar consumi-la. Acredito que todos poderiam vir a fazê-lo, por uma série de acontecimentos felizes que levem a pessoa a essa condição, assim como mantenho em mente que não é a todos que isso acontecerá.